Síndrome de Kleine-Levin
A Síndrome de Kleine-Levin (SKL) caracteriza-se pela trilogia dos sintomas: hipersônia (diurna e noturna), hiperfagia e hipersexualidade. Ainda podem ser acrescentados à trilogia clássica: irritabilidade e apatia.
A SKL foi descrita pela primeira vez em 1925 e 1929 por Klein e Levin. É uma perturbação crônica (com duração variável, em torno de 8 anos), paroxística (com períodos críticos de "ataques", que persistem por cerca de 10 dias e que recorrem três a quatro vezes por ano) e bastante incapacitante (tanto para as tarefas intelectuais quanto para a vida profissional e social), embora seja "autolimitada" quanto ao tempo de evolução, isto é, terminando, espontaneamente, com ou sem tratamento.
É bastante rara, chegando alguns estudos a mencionarem que até 2004 eram apenas 500 casos registrados em todo mundo. Acredita-se que seja subdiagnosticada.
EPIDEMIOLOGIA
Mais frequente entre homens, ainda que alguns estudos apontem 21% de mulheres acometidas.
Há divergências quanto à idade em que geralmente ocorre o primeiro episódio: alguns trabalhos mencionam primeiro episódio na adolescência como típico, outros o primeiro episódio na segunda década. Dando continuidade aos sintomas na segunda ou terceira décadas de vida.
ETIOLOGIA
Ainda de causa desconhecida. Suspeita-se que seja uma doença auto-imune desencadeada por vírus, vez que a maioria dos casos principia após uma infecção viral (semelhante à influenza, síndrome gripal), com febre mediana e amidalite.
QUADRO CLÍNICO
Os episódios podem ser precedidos por uma fase prodrômica que dura de 1 a 3 dias com: mal-estar, cefaléia e letargia.
Os ataques de sonolência surgem e terminam repentinamente e duram de dias a semanas. A pessoa dorme por 18, 20h seguidas. Os intervalos de normalidade entre os ataques podem durar: semanas, meses, até anos.
Outro sintoma é o consumo de grandes quantidade de comida, que pode se dar pela hiperfagia ou pelo binge eating (compulsão alimentar, ficar comendo toda hora). Com marcante predileção por doces e chocolate. A hiperfagia ou o binge eating podem não estar presentes em todos os ataques de hipersonia.
Alguns trabalhos mencionam que a hiperssexualidade somente se apresenta em 1/3 dos pacientes, sendo muito mais frequente em homens. A desinibição social também é marcante.
Além disto, humor eufórico é o mais frequente: com o indivíduo acometido tagarelando, cantando, inquieto, nas horas em que não está dormindo. mas labilidade emocional e depressão também são encontrados.
Podem apresentar ainda idéias delirantes persecutórias e alucinações visuais.
Alguns casos apresentam ainda confusão mental leve.
Há uma amnésia, pelo menos parcial, envolvendo os fatos ocorridos durante o "ataque".
Quase todos os pacientes são normais entre os episódios, entretanto alguns apresentam alterações do humor (irritabilidade, desânimo, etc) e prejuízos cognitivos como facilidade para esquecer.
DIAGNÓSTICO
É clínico.
Durante o "ataque" a polissonografia pode mostrar uma diminuição do sono de ondas lentas com múltiplos episódios de despertar a partir da fase 2. O Teste de Latência de Sono Múltiplos (MSLT) pode evidenciar um sono REM de início tardio.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Narcolepsia: os "ataques"de sono são muito breves e não costumam durar mais que meia hora.
Apnéia do sono: não são ataques, mas uma sonolência crônica.
TRATAMENTO
O lítio aparece em todos os trabalhos como terapêutica. Outras medicações adjuvantes, especificamente para os ataques, são: modafinil e metilfenidato.
COMPLICAÇÕES
Prejuízos para a vida acadêmica e laboral dos pacientes, dadas as interrupções provocadas pelos "ataques". Além de prejudicar sua vida familiar e social.
PROGNÓSTICO
Com o passar do tempo os episódios tendem a ser mais esparsos e menos intensos. Na maioria dos pacientes os episódios cessam na terceira década de vida.
BIBLIOGRAFIA
LIMA, Dênio and ZAGALO-CARDOSO, José Antônio. Síndrome de Kleine-Levin: caso clínico e dificuldades de diagnóstico. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2007, vol.29, n.3 [cited 2009-11-25], pp. 328-332.
REIMAO, RUBENS and SHIMIZU, MARISA H.. Kleine-levin syndrome: clinical course, polysomnography and multiple sleep latency test. Case report. Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 1998, vol.56, n.3B [cited 2009-11-25], pp. 650-654 .
JUSTO, Luís Pereira; CALIL, Helena Maria; PRADO-BOLOGNANI, Sílvia A. and MUSZKAT, Mauro. Kleine-Levin syndrome: interface between neurology and psychiatry. Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 2007, vol.65, n.1 [cited 2009-11-25], pp. 150-152 .
Síndrome de Kleine-Levin: Revisión y caso clínico.
Manual de psiquiatría médica. Por David P. Moore,James W. Jefferson, pp 59-60.
A SKL foi descrita pela primeira vez em 1925 e 1929 por Klein e Levin. É uma perturbação crônica (com duração variável, em torno de 8 anos), paroxística (com períodos críticos de "ataques", que persistem por cerca de 10 dias e que recorrem três a quatro vezes por ano) e bastante incapacitante (tanto para as tarefas intelectuais quanto para a vida profissional e social), embora seja "autolimitada" quanto ao tempo de evolução, isto é, terminando, espontaneamente, com ou sem tratamento.
É bastante rara, chegando alguns estudos a mencionarem que até 2004 eram apenas 500 casos registrados em todo mundo. Acredita-se que seja subdiagnosticada.
EPIDEMIOLOGIA
Mais frequente entre homens, ainda que alguns estudos apontem 21% de mulheres acometidas.
Há divergências quanto à idade em que geralmente ocorre o primeiro episódio: alguns trabalhos mencionam primeiro episódio na adolescência como típico, outros o primeiro episódio na segunda década. Dando continuidade aos sintomas na segunda ou terceira décadas de vida.
ETIOLOGIA
Ainda de causa desconhecida. Suspeita-se que seja uma doença auto-imune desencadeada por vírus, vez que a maioria dos casos principia após uma infecção viral (semelhante à influenza, síndrome gripal), com febre mediana e amidalite.
QUADRO CLÍNICO
Durante os episódios
Os episódios podem ser precedidos por uma fase prodrômica que dura de 1 a 3 dias com: mal-estar, cefaléia e letargia.
Os ataques de sonolência surgem e terminam repentinamente e duram de dias a semanas. A pessoa dorme por 18, 20h seguidas. Os intervalos de normalidade entre os ataques podem durar: semanas, meses, até anos.
Outro sintoma é o consumo de grandes quantidade de comida, que pode se dar pela hiperfagia ou pelo binge eating (compulsão alimentar, ficar comendo toda hora). Com marcante predileção por doces e chocolate. A hiperfagia ou o binge eating podem não estar presentes em todos os ataques de hipersonia.
Alguns trabalhos mencionam que a hiperssexualidade somente se apresenta em 1/3 dos pacientes, sendo muito mais frequente em homens. A desinibição social também é marcante.
Além disto, humor eufórico é o mais frequente: com o indivíduo acometido tagarelando, cantando, inquieto, nas horas em que não está dormindo. mas labilidade emocional e depressão também são encontrados.
Podem apresentar ainda idéias delirantes persecutórias e alucinações visuais.
Alguns casos apresentam ainda confusão mental leve.
Após os episódios
Há uma amnésia, pelo menos parcial, envolvendo os fatos ocorridos durante o "ataque".
Quase todos os pacientes são normais entre os episódios, entretanto alguns apresentam alterações do humor (irritabilidade, desânimo, etc) e prejuízos cognitivos como facilidade para esquecer.
DIAGNÓSTICO
É clínico.
Durante o "ataque" a polissonografia pode mostrar uma diminuição do sono de ondas lentas com múltiplos episódios de despertar a partir da fase 2. O Teste de Latência de Sono Múltiplos (MSLT) pode evidenciar um sono REM de início tardio.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Narcolepsia: os "ataques"de sono são muito breves e não costumam durar mais que meia hora.
Apnéia do sono: não são ataques, mas uma sonolência crônica.
TRATAMENTO
O lítio aparece em todos os trabalhos como terapêutica. Outras medicações adjuvantes, especificamente para os ataques, são: modafinil e metilfenidato.
COMPLICAÇÕES
Prejuízos para a vida acadêmica e laboral dos pacientes, dadas as interrupções provocadas pelos "ataques". Além de prejudicar sua vida familiar e social.
PROGNÓSTICO
Com o passar do tempo os episódios tendem a ser mais esparsos e menos intensos. Na maioria dos pacientes os episódios cessam na terceira década de vida.
BIBLIOGRAFIA
LIMA, Dênio and ZAGALO-CARDOSO, José Antônio. Síndrome de Kleine-Levin: caso clínico e dificuldades de diagnóstico. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2007, vol.29, n.3 [cited 2009-11-25], pp. 328-332.
REIMAO, RUBENS and SHIMIZU, MARISA H.. Kleine-levin syndrome: clinical course, polysomnography and multiple sleep latency test. Case report. Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 1998, vol.56, n.3B [cited 2009-11-25], pp. 650-654 .
JUSTO, Luís Pereira; CALIL, Helena Maria; PRADO-BOLOGNANI, Sílvia A. and MUSZKAT, Mauro. Kleine-Levin syndrome: interface between neurology and psychiatry. Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 2007, vol.65, n.1 [cited 2009-11-25], pp. 150-152 .
Síndrome de Kleine-Levin: Revisión y caso clínico.
Manual de psiquiatría médica. Por David P. Moore,James W. Jefferson, pp 59-60.
6 comentários:
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Na SKL pode haver sindrome do Pânico?
Pode haver sintomas de pânico.
Como pode ser feito um correto diagnóstico da SKL?
Só com a polissonografia em tempo de crise?
tenho um caso semelhante com essa sindrime, vivo cansada, com sono,se deixar durmo direto horas chegam a ser umas 15 a 20 hs direto, e mesmo assim vivo cansada, fico muito irritada quando nao durmo bem(muito), nao me concentro bem com facilidade, tenho muita duficuldade em estudar, pois sempre da sono, ja fiz varios exames e nada apontou algum provavel motivo.
gostaria de uma opiniao para tentar solucionar esse problema. aguardo anciosa
Tenho sintomas muito parecidos com essa doenca, durmo muito e as vezes dias, sou tachada pelas pessoas como preguicosa. Nunca consegui seguir projetos adiantes por isso. Entrei na faculdade de psicologia pra tentar entender o que acontece comigo, e cheguei a conclusao que tenho depressao pq nunca tinha ouvido falar dessa sindrome. Estou tomando fluoxetina e estou muito melhor mas ainda tenho dificuldades quando nao durmo no minimo umas 15 horas por dia. Fiquei muito feliz em saber que isso pode ser uma doenca e pode ser tratada, pois sonho em me tornar uma pessoa com vida normal. Tb gostaria de uma opiniao o que eu poderia fazer pra solucinar esse problema
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